Pela primeira vez, um medicamento se mostrou capaz, em experimentos com voluntários, de desacelerar a destruição do cérebro pela doença de Alzheimer.
O sucesso da pesquisa, divulgada em 29.11.22 na revista científica New England Journal of Medicine, encerra décadas de fracassos em tratamentos experimentais contra o Alzheimer, a forma mais comum de demência.
No entanto, o medicamento, o lecanemab, ainda mostrou algumas limitações: seu efeito foi moderado e trouxe alguns riscos. Exames de imagem mostraram a ocorrência de hemorragias cerebrais em 17% dos participantes e de inchaço cerebral em 13%. Entre os voluntários, 7% tiveram que deixar os testes devido a efeitos colaterais.
O lecanemab ataca a gosma pegajosa que se acumula no cérebro de pessoas com Alzheimer, a chamada beta-amiloide. A droga funciona nos estágios iniciais da doença, então boa parte das pessoas não se beneficiaria com ela, já que é frequente que a condição só seja investigada após a aparição de sinais — muitas vezes, em estágios relativamente avançados.