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Dor na coluna é umas das principais queixas em idosos

O envelhecimento do corpo afeta todas as estruturas da coluna vertebral, o que ocasiona uma das queixas mais comuns na terceira idade: as dores crônicas de coluna, que podem durar desde poucos dias (forma aguda) até muitos meses e se tornar crônica. Durante o processo natural do envelhecimento ocorrem alterações fisiológicas como a redução da massa óssea e fraqueza muscular que impactam diretamente na manutenção postural e na conservação da coluna.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as dores da coluna (cervical, torácica, lombar e pélvica) são a segunda condição de saúde mais prevalente do Brasil (13,5%), perdendo apenas para hipertensão arterial.

O especialista em neurocirurgia da coluna do Instituto Neurogenesis, Anderson Carvalho, explica que a dor lombar é uma das dores crônicas mais recorrentes na terceira idade e pode atingir até 65% das pessoas a cada ano e, em algum momento da vida, 84% da população vai sentir esse tipo de dor. “Os dados brasileiros são imprecisos porque os trabalhos não seguem a mesma metodologia de pesquisa, uma revisão sistemática sobre o tema encontrou dados conflitantes”, avalia.

Segundo ele, em geral, há uma tendência de aumento da prevalência de 25 a 30% de dor lombar em indivíduos acima dos 60 anos. “Há vários fatores que contribuem para o envelhecimento da coluna, causado por hábitos errados desde a juventude, como o fumo, posturas inadequadas, estresse, sedentarismo, trabalhos pesados e repetitivos, doenças degenerativas, sobrepeso e obesidade, entre outros”, detalha o neurocirurgião.

Apesar do problema crônico da coluna não ser potencialmente fatal, constitui um importante problema de saúde, econômico e social no Brasil. O impacto nas condições de vida é ocasionado pelas dores e limitações que esse problema ocasiona, sendo umas das principais causas de incapacidade temporária ou permanente a afetar os trabalhadores.

Idoso caminhando com profundas dores nas costas

Segundo Anderson Carvalho, cerca de 85 a 90% das dores de coluna não apresentam gravidade e em 70% dos casos não se consegue encontrar um diagnóstico específico. A causa é multifatorial, inclusive existem fatores agravantes, como o estresse, os transtornos de ansiedade ou depressivos e a hipertensão arterial. As queixas mais comuns são a dor lombar, seguida pela dor cervical.

“Há fatores de risco modificáveis para dor na coluna, os quais devem ser reforçados para a população visando a melhora da dor ou redução da incidência e prevalência, como realização de atividade física regular, alimentação saudável, evitar sobrepeso e obesidade e o tabagismo. Evitar esses fatores pode ajudar a envelhecer com uma coluna mais saudável”, orienta o especialista.

O diagnóstico é feito com base na história da dor e no exame físico realizado por médico especialista, que indicará a necessidade de realização de exames complementares de acordo com a avaliação inicial, como exames de sangue e exames de radiografia, tomografia ou ressonância magnética.

Os tratamentos dependem das causas que são diversas, como artrose, hérnias de disco, estenose do canal vertebral, infecções ou tumores na coluna, dores de origem muscular ou de ligamentos. A neurocirurgia funcional pode ajudar no alívio da dor, tanto com técnicas de tratamento minimamente invasivo, como bloqueios anestésicos da coluna, até implantes de eletrodos para alívio da dor.

“A cirurgia para tratamento na coluna é indicada para aquelas patologias que exigem esse tipo de tratamento, como quando há compressão de nervos ou da medula, causando perdas de função neurológica, em alguns casos de tumores, ou quando há instabilidade da coluna ou em casos de dores refratárias ao tratamento clínico”, esclarece o especialista cirurgia da coluna.

Ele alerta para a automedicação que pode mascarar sintomas de alguma doença de maior gravidade, a exemplo das infecções ou tumores na coluna. “ O recomendado é marcar uma consulta com um especialista. A indicação da medicação tem que ser feita de forma bem orientada, por um profissional que acompanhe o paciente e possa tomar medidas contra os efeitos colaterais”, ressalta.

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