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Conheça o ‘Ping’, uma cirurgia cerebral que não abre a cabeça de ninguém

Um grupo de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Virgínia (UVA), nos Estados Unidos, desenvolveu uma técnica que pode permitir aos médicos tratar doenças neurológicas sem a necessidade de cirurgias cerebrais. A nova tecnologia pode facilitar bastante a realização dessas operações.

Chamada de ‘Ping’, a técnica torna possível a remoção de circuitos cerebrais defeituosos, o que pode permitir um tratamento não invasivo de doenças neurológicas debilitantes. Caso essa abordagem chegue às mesas de cirurgia, o tratamento de algumas doenças sérias, como a epilepsia e distúrbios de movimento.

Funcionamento do Ping:

A Ping utiliza ondas de ultrassom de baixa intensidade, que são combinadas com microbolhas, que possibilitam penetrar superficialmente nas defesas naturais do cérebro. Posteriormente, uma neurotoxina é liberada de forma direcionada, a fim de matar células cerebrais defeituosas.

Com isso, o tratamento de doenças neurológicas se torna bastante direcionado e deixa de afetar as células que estão saudáveis. Com isso, a arquitetura circundante do cérebro é preservada, o que reduz significativamente o risco de sequelas nas cirurgias.

Segundo o pesquisador dos departamentos de neurociência e neurocirurgia da UVA, Kevin Lee, a Ping tem o potencial de substituir totalmente os procedimentos usados atualmente em cirurgias cerebrais para o tratamento de doenças neurológicas que não respondem à medicação.

“Esta abordagem única elimina as células cerebrais doentes, poupa as células saudáveis ​​adjacentes e atinge esses resultados sem nem mesmo ter que cortar o couro cabeludo”, declarou Lee.

Diminuição da resistência:

Mais de um terço dos pacientes com epilepsia não respondem bem ao tratamento com medicamentos.
Imagem: Bohbeh/Shutterstock

Estima-se que cerca de um terço dos dos pacientes com epilepsia não respondem a tratamentos com medicamentos anticonvulsivantes. Para esses pacientes, a cirurgia é uma opção para reduzir ou eliminar as convulsões em uma parcela significativa deles.

O Ping, por sua vez, pode fazer isso de uma maneira bem menos invasiva. Esse potencial pode fazer com que pacientes epiléticos que relutam a se submeter a cirurgias convencionais, possam mudar de ideia e ganhar qualidade de vida após a realização de um procedimento.

“Nossa esperança é que a estratégia Ping se torne um elemento-chave na próxima geração de abordagens neurocirúrgicas muito precisas e não invasivas para tratar os principais distúrbios neurológicos”, completou Lee.

FONTE: MEDICAL XPRESS

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