Médicos realizaram estudo que mostra possiblidade do ácido ribonucleico identificar um acidente vascular cerebral de forma precoce.
A formação de proteínas para o nosso organismo é imprescindível para o bom funcionamento do sistema. Logo, as moléculas que as formam são tão importantes quanto. Elas são chamadas de ácido ribonucleico, ou RNA. Além de sintetizar proteínas, os RNAs são capazes de diagnosticar o Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico, segundo pesquisa.
O AVC isquêmico ocorre quando há obstrução de uma artéria, o que impede a passagem de oxigênio para células cerebrais, as quais acabam morrendo. “É uma das principais causas de mortalidade e de incapacidade no mundo inteiro”, analisa Victor Hugo Espíndola, neurocirurgião e especialista em AVC, que não é participante do estudo.
A pesquisa, feita por neurocirurgiões da Universidade RUDN, em Moscou, na Rússia, constata que um dos RNA não codificantes, chamado NEAT 1 (transcrição abundante enriquecida nuclear 1) foi o mais promissor para o diagnóstico e tratamento de AVC isquêmico.
O ácido ribonucleico não codificante é diferente por não sintetizar proteína. Ele atua na manutenção e regulação gênica, bem como na sinalização e diferenciação celular, eventos cruciais para o desenvolvimento embrionário e ontogenético.
“O estudo nos dá esperanças. Porque vivemos epidemia de AVC e com a ciência podemos diagnosticá-lo precocemente e tratá-lo de forma específica, eficaz e individualizada.”, afirma Espíndola para acrescentar que a pesquisa é inicial e ainda há o que desenvolver.
Os resultados, publicados na Non-coding RNA Research, permitem, segundo o neurocirurgião, mudar a qualidade de vida e a rotina de pessoas que foram ou podem ser afetadas pelo acidente vascular cerebral.
“Nossa análise fornece informações sobre a posição atual dos RNAs não codificantes na terapia e no diagnóstico do AVC isquêmico. Diferentes RNAs são expressos de forma diferente no AVC isquêmico, e alguns deles podem ser considerados como alvos terapêuticos e biomarcadores para diagnóstico precoce e prognóstico”, diz Ilgiz Gareev, pesquisador sênior do Instituto de Neurocirurgia da Universidade RUDN, co-autor do estudo.