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Pesquisa: Ophir Loyola usará próteses alemãs para tratar aneurismas cerebrais

Estudo selecionou o hospital por representar o maior serviço de neurorradiologia do estado do Pará

Pesquisa busca comprovar os benefícios dos stents moduladores de fluxo P64 e P48, já aprovados para uso em países europeus e EUA:

O Hospital Ophir Loyola participa de um estudo multicêntrico brasileiro que pretende viabilizar a inserção de uma tecnologia alemã no tratamento dos aneurismas cerebrais no Brasil. O estudo coordenado pelo Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, sob a gerência do professor Daniel Abud, visa comprovar os benefícios dos Stents moduladores de fluxo P64 e P48, já aprovados para uso em países europeus e nos Estados Unidos, por equipes de neurorradiologia intervencionista.

Um aneurisma cerebral é caracterizado pela dilatação da parede de uma artéria que irriga o cérebro. A partir dessa disfunção, origina-se uma espécie de bolha (sáculo) que ao se romper ocasiona uma hemorragia que pode ser fatal em 40% dos casos e pode deixar sequelas em até 80% dos sobreviventes. O grupo de risco é composto por pessoas que tenham herança genética de aneurismas, hipertensão, colesterol e triglicerídeos altos, diabetes mellitus, tabagistas e sedentárias. É mais comum em mulheres entre 45 e 55 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade.

Durante a pesquisa desenhada para um ano e seis meses de duração, 200 pacientes diagnosticados com aneurismas cerebrais elegíveis a este tipo de tratamento, em oitos instituições brasileiras, serão operados e farão uso do P64 e P48, ainda não disponíveis no mercado brasileiro. Após o estudo, os dispositivos serão liberados pelo Comitê de Ética da Agência Nacional de Saúde (Anvisa).

O estudo selecionou o Ophir Loyola por representar o maior serviço de neurorradiologia do estado do Pará e também por ser o único credenciado pelo Sistema Único de Saúde, e ter participado de outros estudos na área do Acidente Vascular Cerebral. Juntamente com o hospital, irão participar mais sete centros distribuídos pelo país e que são considerados de excelência, tanto na área da pesquisa como em neurorradiologia.

Segundo o especialista em neurocirurgia vascular e neurorradiologia do HOL, o professor Eric Paschoal, que coordena a pesquisa no Pará e Região Norte, “o modulador é inserido no interior da artéria comprometida a fim de prevenir ou evitar a ruptura do aneurisma, o que poderia ocasionar uma hemorragia cerebral”. Trata-se de uma pequena prótese endovascular, cuja função é mudar o fluxo de sangue no interior de uma artéria, tornando-o mais lento.

Pesquisa busca comprovar os benefícios dos stents moduladores de fluxo P64 e P48, já aprovados para uso em países europeus e EUA.

“O dispositivo permite, por meio da trombose, que o aneurisma reduza de tamanho até cicatrizar e contribui ainda com a restauração do revestimento interno da artéria, denominado de luz do vaso. Após a redução do sáculo com a cicatrização, ocorre o revestimento da artéria, e com isso os aneurismas trombosam e desaparecem nos controles futuros num período entre 6 a 12 meses” – Eric Paschoal, professor que coordena a pesquisa no Pará e Região Norte.

A técnica consiste em “colocar o stent dentro de uma artéria na circulação cerebral e quanto mais fios expostos (inerentes ao dispositivo) ao sangue, maior a possibilidade de trombose (coagulação) do aneurisma”, conforme esclarece o especialista. Assim, o fluxo de sangue que antes do dispositivo entrava na artéria, não mais o fará da mesma forma no interior do aneurisma.

A  tecnologia neste caso pode ser usada não somente em vasos grandes como a carótida interna, mas também em vasos de pequenos calibres. “A substância que recobre esses stents é conhecida como HPC. Por isso, os pacientes fazem uso de medicação para afinar o sangue, os chamados antiagregantes plaquetários”, explica o especialista.

Segundo o professor, a substância, presente na superfície dos modelos P64 e P48, reduz as complicações cirúrgicas. Somado a isso, ele destaca que o estudo é inovador e tecnológico por trazer um novo protocolo de antiagregação, que são fármacos usados para evitar a trombose.

“Utiliza-se a monoterapia, tendo em vista que essa nova tecnologia permite o uso de apenas uma única medicação ao contrário dos stents usados atualmente. Os moduladores de fluxo alemães facilitam a aderência ao tratamento, diminuem os riscos de complicações na luz do vaso ou até o fechamento espontâneo por trombose”, esclarece.

Atualmente, cinco marcas são utilizadas no mundo: a alemã, três americanas e uma francesa. Existem dois tipos de dispositivo, os diversores de fluxo intravasculares e os diversores de fluxo intraluminais, ambos disponíveis no Brasil.

DR. ERIC HOMERO ALBUQUERQUE PASCHOAL

Professor Eric Paschoal coordena a pesquisa no Pará e Região Norte

Resultados esperados:

Os modelos intraluminais (Stents) ganharam repercussão mundial quando se notou que os aneurismas com difícil acesso por cirurgia convencional tiveram melhores resultados na oclusão, além da redução da morbidade, do tempo de internação e de complicações. A aplicação em grande escala nos países desenvolvidos ocorreu na última década e, em 2011, no Brasil.

“Alcançou-se uma taxa de oclusão de 98% para as lesões grandes de 10 a 25 milímetros. Um estudo recente liderado por um grupo brasileiro mostrou que para vários aneurismas pequenos, a taxa de oclusão chegava a 100%”, afirma o professor.

Os pacientes terão acesso à alta tecnologia e medicamentos necessários a custo zero, com resultados comprovados em outros países. “A participação do Ophir Loyola mostra que a instituição está na vanguarda do ensino e da pesquisa. Aqui já tratamos sete pacientes com outras tecnologias e todos estão curados e sem sequelas”, recorda Paschoal.

Em Belém, o hospital Ophir Loyola dispõe de um Ambulatório de Neurocirurgia Vascular e de Neurorradiologia para atender pacientes referenciados pela regulação estadual. O serviço atende enfermos com doenças vasculares cerebrais que necessitam de intervenção por hemodinâmica, sendo o único hospital credenciado pelo SUS no Pará.

fonte: www.institutoneurogenesis.com

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