Recente estudo realizado nos EUA descobriu que uma dose regular de vacina contra a gripe pode reduzir as chances de doença de Alzheimer ou atrasar as manifestações da condição por vários anos.
Uma nova pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas (UTHealth Houston) associou a vacinação contra a gripe a um risco significativamente reduzido de desenvolver a doença de Alzheimer. Os resultados completos serão publicados em uma edição de agosto do Journal of Alzheimer’s Disease.
O estudo é o segundo de uma série realizada no centro de pesquisa, com foco nesse possível link. O objetivo desse acompanhamento foi ampliar o banco de dados, e nesse obteve sucesso, analisando os dados de 935.887 pacientes de cada grupo, não vacinados e vacinados. Os acompanhamentos foram realizados ao longo de quatro anos para todos os pacientes participantes.
Coletivamente, o conjunto de dados constatou que 5,1% dos pacientes vacinados passaram a desenvolver a doença de Alzheimer, enquanto 8,5% dos pacientes não vacinados desenvolveram a doença. Isso confirma a credibilidade à teoria que a vacinação pode proteger um paciente da neurodegeneração e da demência.
O Dr. Avram S. Bukhbinder, líder do estudo, relatou os resultados em comunicado. “Descobrimos que a vacinação contra a gripe em idosos reduz o risco de desenvolver a doença de Alzheimer por vários anos. A força desse efeito protetor aumentou com o número de anos que uma pessoa recebeu uma vacina anual contra a gripe”, disse o médico.
Em outras palavras, a taxa de desenvolvimento de Alzheimer foi menor entre aqueles que consistentemente receberam a vacina contra a gripe a cada ano, de acordo com os pesquisadores responsáveis pela investigação.
Pesquisas adicionais também devem ser feitas para determinar se esse mecanismo de proteção é exclusivo da vacinação contra a gripe ou se um menor risco de desenvolvimento de demência vem da menor exposição a doenças prejudiciais.
Bukhbinder alertou: “Pesquisas futuras devem avaliar se a vacinação contra a gripe também está associada à taxa de progressão dos sintomas em pacientes que já têm demência de Alzheimer”, completou.
Falando ao estudo original da UTHealth, Maria C. Carrillo, diretora da Associação de Alzheimer da instituição, comentou a respeito de como os cuidados de saúde gerais são críticos para a neuroproteção. “Pode ser tão simples como se estivesse cuidando de sua saúde dessa maneira – sendo vacinado – você também está cuidando de si mesmo de outras maneiras, e essas coisas aumentam o risco de Alzheimer e outras demências”, declarou.
Carrillo completou dizendo que essa pesquisa, embora precoce, exige mais estudos em ensaios clínicos grandes e diversificados para informar se as vacinas como uma estratégia de saúde pública diminuem o risco de desenvolver demência à medida que se envelhece.
Fonte: R7 SAÚDE